sábado, 2 de outubro de 2010

Capeta ressuscitado.

Capeta. Se por outras associações esse nome causa pavor, no mundo automotivo é quase um Deus nacional. Projetado e fabricado pela Willys do Brasil, o Capeta nunca foi produzido em série. Há apenas uma unidade, que foi apresentada no Salão do Automóvel de 1964. Com claras inspirações na Ferrari 250 GT Bertone e no Corvette Sting Ray (segunda geração do modelo americano), o Capeta surgiu na época de grande sucesso da Willys do Brasil, que contava com pilotos como Bird Clemente, Luiz Pereira Bueno e os irmãos Wilson e Emerson Fittipaldi.
Construído com a moderníssima fibra de vidro e utilizando o motor V6 de 2.6l do Aero Willys, tinha uma relação peso/potência muito boa para a época. A aerodinâmica também era refinada e o motor dianteiro, apimentado com dois carburadores, jogava a força para as rodas traseiras. Mas, em sua denominação, não pode ser considerado como um esportivo: em essência, é um GT (gran-turismo) que, além de um bom desempenho, transporta duas pessoas confortavelmente.
No interior, o motorista se sentia dentro de um legítimo esportivo. Ao sentar no banco de couro, ficava diante do volante de três raios e do painel em madeira Jacarandá. Os instrumentos eram abundantes, com destaque para a curta manopla de cambio e a manivela do vidro com metal perfurado.
Hoje o veículo encontra-se em exposição no Museu do Automóvel de Brasília após ressuscitar do inferno. Depois de ficar se deteriorando e apodrecendo após a morte do dono de um museu em que estava, a Ford (proprietária da Willys antes de seu fim) teve a felicidade de resgatar o carro e entregá-lo aos cuidados de Roberto Nasser, jornalista, e historiador do automóvel nacional. E, após muito tempo desaparecido, reapareceu neste ano no famoso Brazil Classics Show, em Araxá, Minas Gerais.

 

Big Block entre as pernas, vai encarar??

Acostumados com a enxurrada de motos de 125 cilindradas que infestam nossas ruas, dificilmente vemos motos com mais de 300 cm³. Mesmo as mais raras motos importadas, como BMW’s, Buell’s,Triumph’s, Harley’s, Kawazaki’s ou Suzuki’s, entre outras,  vistas pelo Brasil não possuem um motor com mais de quatro cilindros e 2.000 clindradas. Isso no Brasil, pois nos Estados Unidos não é raro ver motos V8. É isso aí...
Boss Hoss American CC V8 Motorcycle
American Boss Bike
Quem faz essa peripécia – colocar um gigantesco motor V8 sobre duas rodas- é a Boss Hoss Cycles, uma empresa norte-americana fundada por Monte Warne.
Sediada no Tennessee, iniciou suas operações em 1990, e hoje fabrica, além das motos, triciclos com os potentes motores, totalizando cerca de 300 unidades por ano.
Lightning V8 Motorcycle Bike
Os canhões.
Além da potencia, os modelos são famosos pela suavidade de funcionamento, não transmitindo vibrações ao pilotar. São duas as motorizações disponíveis: uma de 350pol³ (5.7l), com 355 cavalos e outra de 376pol³ (6.2l), com 445 cavalos. Quem procurar por um exemplar usado, não deve se surpreender caso encontre um com gigantesco motor de 502 pol³ (8.2), que gerava 502 cavalos, produzido em 2000.
Para facilitar a vida do piloto, a empresa colocou um câmbio semi-automático de três velocidades, com marcha a ré. A grande desvantagem, entretanto, é o peso. Mesmo seca e sem ninguém montado, chega aos 500kg. Que se torna uma vantagem nas acelerações, pois as possibilidades de a moto empinar são praticamente nulas.









SP2 vira Hot Wheels.

A Hot Wheels, empresa norte-americana pertencente à Mattel, já apresentou como será o SP2, primeiro modelo 100% nacional a ser replicado pela marca. O anúncio e o primeiro esboço do carrinho foram feitos no fim de 2009, mas a primeira foto oficial da miniatura surgiu apenas sete meses depois.
O carrinho, que por enquanto é muito raro de ser visto (se é que alguém já possui ou já viu um...eu já tenho!!!), pertence à linha “Global All Stars 2010”, que inclui a réplica de vários carros de países diferentes, como o Citroën C4 (França), Ferrari F430 Scuderia (Itália) e Volkswagen Scirocco GT24 (Alemanha), entre outros. Cabe lembrar que na linha 2010 da Hot Wheels, também há outro veículo muito conhecido dos brasileiros, principalmente na década de 70: o Ford Maverick.


O SP2 começou a ser produzido pela Volkswagen em 1972, numa época em que a impotação foi fechada, concorrendo com outro esportivo nacional, o Puma. Construído sobre o chassi da Variant, tinha o mesmo motor de 4 cilindros boxer da linha, porém superdimensionado, com 1,7l e 75 cavalos de potência. Os números não eram tão empolgantes assim: fazia de 0 a 100 km/h em 17,4s e atingia a velocidade máxima de 153 km/h. Sua produção durou até 1975 com 10.193 unidades produzidas.


Aí vai alguns da minha coleçãozinha...






O último cine drive-in do Brasil.

A palavra “drive” é utilizada para muitas coisas hoje em dia. A principal e mais conhecida são para os pedidos feitos de dentro do carro nas redes de fast-food (diga-se McDonalds com seus drive-thru). Mas, entre outras, há ainda a utilização do termo “drive-in”em motéis e do “drive through” até mesmo por uma rede de igreja evangélica como “uma forma divina de escapar dos congestionamentos” em uma movimentada via de São Paulo. No último caso, o motorista fiel corta um pouco da fila e recebe a benção do pastor. Entretanto, o precursor de tudo isso foi o cinema drive-in, assunto dessa matéria.
Apesar de pouco conhecida, a idéia de ir ao cinema e assistir o filme sem sair do carro é bem antiga. O primeiro drive-in que se tem notícia foi criado na cidade americana de Nova Jersey, em 1933 e, mesmo numa época em que os veículos eram razoavelmente raros, os “estacionamentos” lotavam de Ford T e a novidade acabou pegando. Tanto que em 1940 já existiam cerca de 1.500 cinemas do gênero espalhados em terras norte-americanas.
A novidade chegou ao Brasil e agradou muita gente. Não fez tanto sucesso quanto na terra do Tio Sam, mas na década de 70, a maioria das capitais brasileiras tinha seus cineminhas a céu aberto. Dentre todos esses, restou apenas um, fundado em 1973: é o “Cine Drive-in”, de Brasília.
Construído no estacionamento do Autódromo de Brasília, o empreendimento não poderia ter um lugar melhor para ser criado. O moderno projetor com luz de Xenon é voltado para uma tela gigante com 312m² de concreto, em um espaço que cabem 500 carros. O local conta ainda com uma garçonete e uma garagem especial para acessar o banheiro – um bom recurso em dias chuvosos.
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The Basement Theatre
Drive InFuncionamento
Quem nunca foi em um cinema desses, certamente estranhará algumas regras básicas. A primeira é que, magicamente, o som do cinema sairá do auto-falante do próprio carro – basta sintonizar a frequência FM correta (88,7). Ou então solicitar caixinhas de som se carro não possuir rádio. 
Pra quem quer fazer um pedido ao garçom (e não ser surpreendido ou levar o susto de um), que ligue o farolete baixo. Farol alto nunca. E, se estiver em perigo, o pisca-alerta é a solução.
São inúmeras as vantagens para os que vão ao drive-in. Em nenhum outro cinema é possível assistir ao filme enquanto come um sanduíche acompanhado de uma porção de fritas e uma garrafa de vinho, com a possibilidade de fumar e atender celular. Expressar emoções aqui, como fazer comentários em voz alta, falar mal, fofocar ou chorar, não será um problema. E os que possuem excesso de gordura podem assistir confortavelmente, com a possibilidade até mesmo de ir de pijama e pantuflas.
Entretanto, mesmo com tudo bem explícito de que se trata de um CINEMA, há alguns espertinhos que talvez utilizem outro prefixo diante do termo drive-in (já citado no primeiro parágrafo). Esse pessoal geralmente estaciona o carro no cantinho mais afastado e, de uma maneira estranha, parecem pular dentro do carro para tentar assistir ao filme com o vidro embaçado. O problema é se o farolete ou o pisca for acionado acidentalmente...
Apesar de todos os benefícios desse estilo diferente de acompanhar os últimos lançamentos do mercado cinematográfico, o público é muito escasso. Competindo com cerca de 70 salas de cinema na capital federal, a média é de 10 carros de segunda a sexta, aumentando um pouco nos fins de semana com as seções infantis. Com isso, a proprietária Marta Fagundes leva o drive-in mais como um hobbie, já que os valores arrecadados servem apenas para pagar as dívidas e as contas do negócio, não se consolidando como uma fonte de renda.