terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Infância


Na minha infância lá pelos 10, 12 anos eu já tinha gasolina no sangue e a viscosidade do òleo também pairava pelo meu corpo.
Sempre foi uma coisa, sem querer eu arrumava coisas e formas pra me expressar. Tínhamos em casa algumas cadeiras de alpendre, que eu as viravam e em uma das pernas colocava um velho volante de Kombi, e na outra perna da cadeira usava como alavanca de câmbio. E andava com meu Super Sport para tudo quanto era canto!
No nosso quarto existiam duas beliches que quando pegava para dirigir uma delas, virava um ônibus, os famosos Routemasters de Londres e minhas irmãs ficavam de passageiras!
Na imaginação fértil de um moleque apaixonado por automóveis passava de tudo, desde túneis escavados na terra do quintal para os carrinhos puxados por barbantes pudessem trafegar e até para ser dono de ferro velho. Certa vez, no quintal, peguei toda a minha coleção de Hot Wheels (que minha querida Mãezinha comprava um por vez nas Lojas Americanas do centro, toda vez que ia comprar esmaltes para suas clientes, sempre vinha um diferente) uns vinte carrinhos mais ou menos e com a ajuda de um terrível martelo fui moldando um a um, um com o amassado na dianteira, o outro com um amassado na traseira, mais outro capotado e assim foi sem dó nem piedade, detonei todos!!!
Fiquei com um tremendo estoque de sucatas que tinha até nome: Ferro Velho do LECO, com cercas feita de pregos e barbante separando cada modelo, mas o problema foi quando Mamãe viu todos os meus exemplares detonados. Aí ela não teve dúvidas: -Esse muleque é doido!!!
finalizando, nunca mais trouxe um exemplar, e eu, feliz da vida por ter um ferro velho repleto de raridades...
Acho que é por isso que tenho hoje minha coleção de + ou - 200 carrinhos (inteiros) reluzentes.
Ps. Mas que tive um ferro velho, eu tive!!!

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